28/09/2014

invernar

O desalento talvez não seja senão descoberta, o outono a minha estação, desde então.
Perguntam-me se ainda falo de ti e descubro o tamanho do meu cansaço. Tenho a certeza que não, não falo de ti, nem das asas que tens tatuadas nas costas e atravessam o teu tronco até ao coração. A montanha prepara-se para receber a neve, o pastor veste a pele do animal que matou porque o frio pede calor. As andorinhas batem asas para invernar em África. A farinha está fina porque foi encontrada a cadência do grão. Com azeite amassaremos o pão. Azul seremos todos, malha que não se desfia, fio que não se descobre a origem. Linho que nos veste o corpo e as velas da nossa embarcação. O nosso destino - além. As asas, as tuas asas. O que fazes com elas?

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