02/08/2014

luto

Tento encontrar um lugar recatado para poder te chorar, 
mas as crianças mortas são às centenas e fazem do meu pranto revolta. 
Dobrei-te um passarinho na despedida, porque partias dentro do tempo, 
mas os meus dedos ficam pequenos quando a morte é chacina. 
Mora na minha infância a memória dos massacres 
dos meus familiares nos campos de concentração. 
Tento encontrar em vão a ilha que desenhaste. 

Entre destroços, entre vidas roubadas
Soberbo é o homem que se faz de surdo.

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