02/10/2013

adágio

Quando a noite é madrugada
um anjo branco sem asas
descobre no mar
o sal que Deus negou 

na alvorada
quando os peixes nadam
chora o anjo imaculado
as asas que Deus roubou

dorme a manhã cansada
deste sono adiado
como se fosse destino
dar Deus asas 
a quem nunca pecou

verde é a folha no verão
que o outono despe
cor da terra molhada
que a abriga no chão

em dia de tempestade
um anjo sem asas
pede ao peixe do rio
que navegue no mar

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