13/07/2010

Declaração de amor


Meu amor é como o coelho que se escapa no campo. A borboleta que ama – morre e renasce. O sol sempre diferente todos os dias - aquece. A norte é nascente, a sul poente. Minha flor de laranjeira.
É a neve que se esvai – ora água do rio em que navego. Quando está, ele é o presente - encontro. Esse amor que todos ama porque é ele em cada um. Espelho do universo.
Vou ser um esquilo na vida que há de vir...

A memória ainda tão presente dos corpos que se descobrem. Da palavra que se cala nos lábios que se colam.
Quero minha cabeça em seus braços, paro o relógio deixo que o tempo se ausente.
Se me for dado somente um minuto, não lamento. Penso nele devagar quando me beija a boca, a coxa entreaberta, a púbis. Quando me beija por dentro. Sou a puta da esquina, sou a virgem Maria.
Se o seu tempo for só de um segundo será nele que inventarei a eternidade.
É assim que o amo. Não me importa se no minuto seguinte já não está comigo. Ele é o homem que amo.
Se o seu tempo for de um compasso, que ele seja de pausa, porque urge o silêncio. Se for um desenho que ele seja branco – tão intenso o que sinto.
Se tiver de ser escrito, então Cleo minha doce amiga, explique ao leitor porque me ausento. Explique a quem nunca viveu no trapézio como de um gesto em falso se morre em cena.
Me resguardo porque é em segredo que vivo este momento.
Eterno é o momento quando ele me beija por dentro.

Amigo! Qual é a cor do teu sol quando viajas?

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