14/08/2009

Inverno a preço de saldo

é assim o paladar da loucura
instala-se
se outro tempo houvesse eu não estaria internada

comprei o Inverno no alfarrabista
a um tipo que vendeu terrenos na lua
devia ter desconfiado
quando me contou que adora perseguir carros
à excepção dos coreanos
A não ser que sejam dourados.

no trânsito ele descansa
por isso nunca circula na auto-estrada
lá ele se perderia
se aparecesse uma ambulância
na cidade ele se esvai
quando ouve a sirene dos bombeiros
sem ar apita como se rimasse um poema

neste calor insano ele corre
como se fosse inverno

Enganou-me
Contou-me o conto do vigário
Vendeu-me a preço de saldo
o Inverno

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