18/07/2006

para além do silêncio - o fim


Soube a tristeza a nossa sobremesa. No prato a partida repetida! Tantas vezes -e eu que nunca acerto em que hora ela chega.
É verdade que pressinto, verdade que até a vejo despedir-se, mas nunca descubro o motivo do adeus.
Quando o nosso olhar deixa de olhar – então é porque um de nós já partiu. Quando te toco nas mãos e a resposta é ausência de vida – então é porque já me deste adeus e eu não dei por isso.
Como se rebobina este filme? Moço, moço rode o filme para duas semanas atrás! Lá naquele instante em que o mocinho sorria e não sentia medo de nada.
Moço pare aí – estacione essa imagem que gosto tanto dela. Depois não quero ver mais nada. Depois é o começo do fim – esse que eu conheço tão bem.
Remoo a memória…
Moço procure por mim uma cena – preste atenção – o mocinho bonito avisa que não quer cobradores de bilhetes da vida. Acho que foi aí quando o bonito deixou de ser tão bonito que as coisas acabaram. Mais uma vez.
Pare a imagem moço não me mostre novamente quando começa o fim.

Hoje não há bonecos que ilustrem a minha tristeza

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