27/07/2006

"A única realidade da vida é a sensação. A única realidade em arte é a consciência da sensação." (Fernando Pessoa)


- Pai o que achas dos arquétipos?
- Não penso nisso. Deixo que eles tomem conta de mim
- Deixo então que venha a mim aquele que mil braços abraçou o mundo? Em cada braço o amor sentido como se um instante multiplicasse a eternidade do ser?
- Sente apenas
- Devagar, muito devagar levantei as mãos que tinha pousada nos joelhos. Num ângulo sabido, sentido inventei cada abraço. Toquei o vazio porque no vazio me vi.
- Não te preocupes se veio fora ou de dentro. Sente
- Depois pai, fui à procura de entender porque vivi. Quando fores outro onde te encontro? Na hora da despedida, na hora em que todos partimos …
- “não sou nada/ nunca serei nada/ não posso querer ser nada/ à parte isso tenho em mim todos os sonhos do mundo”
- Em cada abraço que agora te dou, abraço todos no nada que somos. Pai, pai são mil os degraus para subir e chegar ao topo do universo – neste calor?
- sou Pessoa revisitado: "Quer pouco: terás tudo/ Quer nada: serás livre."

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